Ginecomastia é o desenvolvimento e aumento de volume anormal das mamas em indivíduos do sexo masculino. Pode acometer apenas um lado ou os dois lados do tórax.
Existem vários tipos de apresentação e graus de severidade diferentes:
- Nódulos: podem surgir nódulos endurecidos de tamanhos diversos. Na maioria dos casos,
estão localizados logo abaixo da aréola e alguns deles podem ser doloridos. Esses nódulos ou
tecidos endurecidos são glândulas desenvolvidas.
- Aumento difuso das mamas: devido ao acúmulo de gordura. As mamas podem crescer com
diversos tamanhos e formatos e, em geral, são macias.
- Aumento difuso com gordura e nódulos: existe um tecido misto composto de gordura e
glândula mamária desenvolvida. As mamas são mais endurecidas e firmes. Podem ficar
dolorosas.
- Aumento mamário e flacidez de pele: nesses casos, as mamas podem assumir formatos
muito semelhantes a uma mama feminina.
- Aumento da aréola: pode ocorrer isoladamente ou associado ao aumento do restante da
mama.
Existem causas diversas:
- Fisiológica: desarranjo hormonal. Esse tipo costuma se resolver espontaneamente, sem
necessidade de tratamentos específicos. Comum em recém-nascidos e adolescentes.
- Patológicas: associada a alguma doença sistêmica. Ocorre como um sinal clínico de outra
doença em algum outro lugar do corpo como cirrose hepática, insuficiência renal e doenças
endócrinas (hormonais).
- Neoplasia: alguns tumores podem levar ao aparecimento de Ginecomastia.
- Medicamentos: algumas medicações (remédios) podem ter como efeito colateral o
aparecimento da Ginecomastia. Por exemplo: cimetidina, digitálicos, minociclina,
espironolactona, haloperidol, opiáceos, fenotiazinas, antidepressivos tricíclicos, progestinas,
anfetaminas, isoniazida, metildopa, estrogênios, diazepam, reserpina e teofilina.
- Maconha (Cannabis).
- Anabolizantes: o uso de esteróides anabolizantes (as chamadas "bombas") por praticantes de
musculação, halterofilismo, lutas ou outros esportes, em geral, é uma das causas mais comuns
do desenvolvimento mamário anormal nos dias de hoje.
Geralmente, o diagnóstico da Ginecomastia é clínico, feito pela história e pelo exame físico. Porém, o médico sempre precisa fazer uma pesquisa laboratorial de possíveis causas dessa doença. Exames de imagem, como a ultrassonografia, também são usualmente solicitados.
Muitos casos apresentam regressão espontânea com resolução completa dos sintomas. Isso é mais comum quando a Ginecomastia surge na adolescência ou quando tem um fator causal que possa ser interrompido, como uso de medicamentos ou anabolizantes.
Alguns casos ficam estáveis e outros podem apresentar piora gradual.
Muita gente não sabe, mas homens também podem ter câncer de mama e, neles, a neoplasia costuma ser até mais agressiva. Uma ginecomastia pode esconder uma malignidade e, por isso, os pacientes devem procurar um médico precocemente.
Além disso, a ginecomastia ainda pode ser um sinal de um câncer em outros órgãos e isso deve ser bem avaliado.
Quando a ginecomastia for causada por algum fator específico, a retirada desse fator pode resolver o problema.
Existe a possiblidade de tratamento medicamentoso ou, então, tratamento da doença que causou a ginecomastia.
Porém, muitas vezes a ginecomastia não responde aos tratamentos clínicos e somente uma cirurgia pode resolver o caso.
Quando a cirurgia é indicada, ela deve ser realizada por um cirurgião plástico capacitado, ou seja, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O tipo de cirurgia depende da gravidade de cada caso e existem diversas opções:
- Lipoaspiração: quando existe apenas acúmulo de gordura, uma simples lipoaspiração resolve.
Nesse caso, a gordura será removida através de pequenos orifícios e cânulas finas. Quando o
tecido glandular não é muito resistente, o cirurgião também consegue removê-lo com as
cânulas.
- Ressecção aberta: o cirurgião faz uma pequena incisão no limite da aréola em sua metade
inferior e, através dela, remove diretamente todo o tecido excessivo das mamas. A cicatriz fica
bem escondida porque está no limite entre a parte colorida da aréola e a pele normal.
- Associação da lipoaspiração com a ressecção aberta: excelente opção para casos mais
volumosos.
- Ressecção de pele: quando existe excesso de pele e flacidez, o cirurgião plástico pode
remover a pele de diversas formas: ressecção periareolar (apenas ao redor das aréolas),
cicatriz em T invertido ou cicatriz transversal. A escolha depende da gravidade de cada caso e
do desejo do paciente.
- Redução do tamanho das aréolas: pode ser feito isoladamente ou associado às técnicas
acima.
- Biópsia e Exame Anatomopatológico: quando existe dúvida quanto à presença de
malignidade, pode ser realizada uma biópsia e o material é enviado para análise laboratorial.
As cirurgias para Ginecomastia costumam ser de pequeno porte e podem ser realizadas com anestesia local ou com uma sedação associada. O paciente também pode escolher uma anestesia geral para maior conforto e segurança.
O paciente, geralmente, recebe alta no mesmo dia e pode retomar suas atividades cotidianas em 24 horas a 48 horas.
As recomendações incluem: uso de malha de compressão, sessões de drenagem linfática, não fazer esforços e exercícios físicos, não se expor ao sol, entre outros.
A escolha da técnica será feita de forma individualizada durante a consulta e as recomendações serão dadas de acordo com as características de cada paciente.